sexta-feira, 19 de agosto de 2011


MINHA ORAÇÃO





DEUS, AGORA EU SOU LIVRE. FORAM ANOS DE ESCRAVIDÃO. MINHA INGENUIDADE ME DEIXOU VIVENDO QUASE METADE DE MINHA VIDA NOS CALABOUÇOS DA RELIGIÃO. DEI MINHA PAZ, DEI MEU TRABALHO, DEI MEUS SONHOS PARA ELA. TODAVIA, TU ME LIVRASTE.

AGORA, EU NÃO QUERO MAIS VIVER UMA VIDA MEDIOCRE. QUERO SER GRATO PELA LIBERDADE E HONRAR A VIDA QUE ME FOI DADA. SE HÁ ALGO EM QUE EU POSSA SER USADO PARA QUE O MUNDO VEJA A TUA JUSTIÇA... EIS-ME AQUI, SENHOR. ENSINA-ME COMO FAZÊ-LO.

JÁ PASSEI POR COISAS TERRÍVEIS, MAS ELAS NÃO ME INCOMODAM MAIS, NENHUM RESQUÍCIO DE PENDÊNCIA ME VEM À MENTE PARA QUE EU POSSA SILENCIÁ-LA COM O PERDÃO OU ESQUECIMENTO. ENTÃO, ME DÁ ALGO QUE EU POSSA FAZER PARA QUE NÃO ME TORNE MAIS UM NA MULTIDÃO.

DÁ-ME OUSADIA PARA ENFRENTAR OS FARISEUS DESTE SÉCULO, AQUELES QUE USAM TEU NOME PARA INTIMIDAR TUAS OVELHAS E SUBJUGÁ-LAS AOS FARDOS RELIGIOSOS CONTRA OS QUAIS TANTO LUTASTE. OU ME DÁ HUMILDADE PARA SER APENAS EXEMPLO VÍSIVEL DO TEU AMOR... MAS ME DÁ ALGO PARA FAZER POR AMOR DO TEU NOME.

EU MORREREI EM VIDA SE A MINHA VIDA FOR IGUAL AO QUE ERA ANTES. EU MORREREI EM VIDA SE A MINHA VIDA SE PERDER NA DEVOÇÃO RELIGIOSA DESTE SÉCULO.

O CONFORTO E O SUCESSO COMUM À VIDA DE TODOS OS HOMENS, SÓ OS QUERO, SE ELES FACILITAREM O MEU ENVOLVIMENTO COM A TUA CAUSA E À DO MEU PRÓXIMO. QUERO IRMÃOS NO MUNDO, IRMÃOS QUE SÃO ESCRAVOS DA IRA DAS POTESTADES, EU OS QUERO, PARA LUTAR POR ELES E SER LUZ DO EVANGELHO ONDE A RELIGIÃO SE NEGA A CHEGAR. EU NÃO QUERO SER CRISTÃO, EU QUERO SER TEU FILHO.

MULHERES SEM O OBJETIVO DO AMOR, DINHEIRO SEM O OBJETIVO DO REPARTIR O PÃO OU FAMA SEM O OBJETIVO DE FAZER O MUNDO ESCUTAR TEU NOME. DEUS, MEU PAI, ME ENSINA A ENCARAR ESTES MONSTROS DE FRENTE E DIZER UM SONORO NÃO À MINHA CARNE QUANDO ASSIM ELA OS DESEJAR, E DIZER NÃO AO MEU DESEJO DE SERVIR A MIM MESMO.

AJUDA-ME A ME ENCARAR, POIS EU TENHO MEDO DE MIM. AJUDA-ME A ME COLOCAR DE JOELHOS AOS TEUS PÉS E RECONHECER QUE SEM TU, SENHOR, EU NÃO SOU NADA.

SENHOR, CAUSA UM REBULIÇO NESTES TEMPOS, PARA QUE OS HOMENS VEJAM QUE TU NÃO ESTÁS PRESO ÀS SUAS CONSIDERAÇÕES TEOLÓGICAS NEM AOS SEUS PSEUDO-AVIVAMENTOZINHOS DE NÚMERO E DE DINHEIRO. CONFUNDE-OS SENHOR NA SUA PRÓPRIA SABEDORIA, NA SUA PRÓPRIA RIQUEZA, NA SUA PRÓPRIA ESTRUTURA RELIGIOSA, MAS LIVRA OS TEUS PEQUENINOS DOS LOBOS. AJUDA AQUELES QUE ESTÃO LUTANDO CONTRA O DRAGÃO DE DENTRO PRA FORA E NÓS QUE ESTAMOS LUTANDO CONTRA ELE DE FORA PRA DENTRO. REINA O TEU NOME.

E QUE SE FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DO TEU FILHO, O NOSSO SENHOR E SALVADOR JESUS, O CRISTO, AQUELE QUE ERA DESDE O PRINCIPIO E SERÁ ETERNAMENTE. AMÉM.


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OLAVO SALDANHA olavosaldanha@gmail.com
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Uma ida à igreja...



Depois que em minha vida rompi com a concepção de que o prédio onde se celebram os cultos são lugares sagrados, percebi que passei a perceber Deus em qualquer lugar. Lembro-me que quando bem pequeno fui obrigado pela direção do colégio a ir a uma missa... Esperneei muito, não queria entrar naquele lugar, como se fosse “uma coisa do cão” ... Por fim das forças eu entrei, mas de braços cruzados e muito bravo eu dizia para mim mesmo: “Mas eu não rezo, eles não tem como me forçar!”. Além disso, olhava para as imagens dentro daquela igreja e, além do medo, as via como algo pecaminoso... uma afronta a Deus. Hoje, depois de muita coisa, sei que as imagens não passam de representações... Que o Cristo é “galego dos olhos azuis” porque quem o representou via o mundo desse jeito... Mas que o mal mau não estava nisso, mas no uso que se fazia e se faz dessas imagens... Assim como a internet, os bens materiais, o conhecimento, entre outras coisas...
Atualmente quando entro em igrejas católicas por vezes chego a ficar extasiado com a beleza divina manifesta na arte sacra. Isso aconteceu mais uma vez hoje... Quando fui ao centro da cidade resolver algumas coisas, parei em uma igreja, próxima ao local do “Passe Fácil”, a “Paróquia do Santíssimo Sacramento da Boa Vista”... Aquele silêncio típico, indiferente “ao mundo lá fora”, aos sons estridentes anunciando promoções em velhas e precárias caixas de som, concorrendo com os carrinhos de cd e DVD piratas. Nos poucos bancos ocupados, uma predominância de senhoras idosas, com seus terços na mão... balbuciando alguma coisa ininteligível... Também pude ver uma três adolescentes cochichando ao lado, provavelmente, de sua mãe, concentrada em suas orações...
Era horário do almoço, nenhuma missa era celebrada... Dirigi-me até os primeiros bancos, mais próximos do altar. A minha frente havia uma espécie de oratório e em seu topo uma estátua de um cordeiro... Como pano de fundo quatro belas representações de narrativas bíblicas. A esquerda havia duas, nas quais, representava-se a cena na qual Marta reclamava da irmã, Maria, com o Mestre. Na outra imagem Ele carregava o que me pareceu uma ovelha ferida nos braços. A imagem central mostrava-O sozinho, repartindo o pão da ceia... A minha direita três crianças em Sua companhia, alegres e bem a vontade. Na outra interpretei como sendo dois fariseus conversando com Jesus, o qual dividia o pão e parecia lhes oferecer. Acima de mim formando uma cúpula no teto da igreja, belíssimos vitrais. Mas foram as cenas pintadas que, de fato, me chamaram mais a atenção, a ponto de parar de escrever por determinado tempo... Levantei-me, pus-me de joelhos no altar, e olhando aquelas imagens ia conversando com o Senhor.
A resposta de Jesus a Marta foi que Maria havia escolhido a melhor parte. Isto não quer dizer que não fosse importante fazer as coisas, mas Ele quis dizer que Marta estava tão preocupada em fazer as coisas que não conseguia perceber que a única com a qual Ele se importava naquele momento era conversar com elas. Marta encontrava-se em volta a tantas tarefas que teve sua sensibilidade afetada. O sociólogo Pierre Bourdieu em um de seus escritos disse: “Na urgência não se pode pensar”, pensar em quanto capacidade reflexiva... Talvez seja isso que tenha faltado a Marta. Também não quer dizer que Ele não veja a intenção de nossos corações, mas que as vezes com a melhor das intenções, mesmo buscando fazer algo para agradá-Lo, podemos estar a perder o foco. Os desejos mais legítimos podem nos tirar de perto dEle... O filho mais velho da história erroneamente chamada de “O Filho pródigo” vivia trabalhando, se esforçando, mas como ouvi certa vez, era um filho com identidade de servo... Não soube aproveitar da companhia do pai, e por isso se revoltou quando ao invés de punir seu irmão caçula, seu pai o abraçou e deu-lhe uma festa. Ele não havia compreendido o amor do pai. Ao escolhermos a melhor parte, ouviremos mais a Deus, aprenderemos mais dEle... Isso me lembra a próxima imagem...
Jesus com a ovelha ferida nos braços fez-me pensar no sentimento de independência que assola a humanidade... como disse o Ariovaldo em uma de suas pregações “O pecado dessa geração é o individualismo”... Como pode? Somos seres que caímos acamados diante de um simples vírus da gripe, mas alimentamos uma ilusão de que somos independentes, autônomos, “matamos Deus” para nos dizermos “donos dos nossos narizes”... Estamos feridos, mas nos deixamos, muitas vezes carregar nos braços... Só caminharemos no caminho da felicidade (que não quer dizer realizar todos os desejos do nosso coração, pois a Bíblia diz que este é enganoso) quando reconhecermos que precisamos de tratamento, que estamos machucados, feridos, a mercê de um mundo que não se importa com nossas lágrimas... E esse desejo é o agir de Deus que causa... As vezes ao senti-lo tentamos saná-lo de várias formas, com vários deuses... dinheiro, fama, conhecimento, poder, sexo, enfim, uma miríade de coisas, inclusive a religiosidade... Mas só em Jesus, carregados por Ele é que conseguiremos ser diferentes, melhores, aperfeiçoados...
Nos tempos de Jesus as crianças e as mulheres não eram lá muito importantes, na verdade eram colocadas quase numa condição de sub-gente. Quando elas se dirigem a Jesus os discípulos prontamente foram impedi-las, como se fosse importuná-lo... Ele o que fez? Os repreendeu e disse que quem não fosse como aquelas crianças não entraria no Reino dEle. Será que Ele estava querendo dizer que homens e mulheres maduros deveriam, agora, se comportar como crianças? Acredito que não, seria uma coisa bizarra, algo como adultos esclerosados... Por isso, e outras questões, acredito que Ele estava falando que assim como as crianças não possuíam para aquela cultura grande relevância, nós deveríamos buscar, como disse Henri Nouwen em um de seus livros “Afirmar nossa irrelevância diante do mundo”, que é dizer de outra forma o que disse João Batista: “... que eu diminua e ele cresça”.
Jesus ofereceu pão, sentou-se a mesa com os fariseus, religiosos da época, aqueles que mais tentaram destruí-lo... Aqueles mais criticados por Ele, chamados de “sepulcros caiados”, fazendo alusão aos sepucros que mesmo sendo belos por fora tinham seu interior podre... Fazendo alusões as práticas assépticas desses grupos, seu falso moralismo... que escondiam (ou tentava) sua hipocrisia... Fazendo isso, Ele me faz pensar sobre os indesejáveis aos meus olhos... aqueles que chego a julgar nojentos... repugnantes... Sabem, aquelas pessoas que nos causam aversão? Pois pensando sobre essa cena, Jesus sentando com aqueles que o perseguiam e ao mesmo tempo o ofendiam com seus discursos falaciosos... sinto-me desafiado a amar meus inimigos, amar aqueles que me incomodam, aqueles que mais tenho dificuldades em amar...
A trajetória de Jesus na Terra pode causar uma miríade de sentimentos e sensações... Algumas pessoas podem dizer: “Isso tudo é impossível, por isso vou viver do meu jeito! Outras podem acreditar que poderão ser melhores sem exercitar sua fé no Criador (São pessoas de uma fé surpreendente na humanidade e em si mesmas... Discordo delas, mas as admiro...). Outras ainda podem dizer que o mesmo é planejar suas vidas pensando só no “seu próprio umbigo”, pois “a vida é assim mesmo”... Bem... pode-se pensar o que se quiser (ou ao menos se iludir com essa crença, pois não acredito nisso, e isso por uma questão sócio-antropológica...)... Mas concordo com o fato de que viver isso é impossível... humanamente impossível... Somos fracos, tendemos ao egoísmo... Vivemos em um sistema de um capitalismo selvagem... feito “a imagem e semelhança do homem” , o qual apenas nos empurra mais para que pisemos no outro, usando-o como degrau para alcançarmos nossos objetivos...De fato, agir dessa forma desprendida ensinada por Jesus me soa definitivamente impossível para nós... Impossível como foi para os apóstolos providenciar comida para uma multidão, o que os fez buscarem o Mestre... E o que Ele fez? O famoso milagre da multiplicação dos pães e dos peixes... Ele pôde, eles não... E acredito que só através de uma busca por dependência dEle é que poderemos “escolher a melhor parte”, nos deixando ser carregados nos braços sem nos preocuparmos se temos ou não importância para uma sociedade, mas também sem esquentarmos se estarão nos chamando de loucos ou não, pois a “a sabedoria de Deus soa como loucura para os homens”. Só dessa forma, também, posso pensar em amar aqueles que não me são facilmente amáveis, dividindo o pão com eles. Jesus chama a todos para sentarem à sua mesa... Chama a todos para festejarem com Ele... Acredito piamente que, independente da crença que exerçamos, mesmo a crença na não crença, se nos abríssemos para isso, seríamos pessoas melhores... Mas não creio que conseguiremos tais façanhas sem nos aproximarmos dEle de alguma forma... me soa muita petulância não entregarmo-nos a Ele... mas isso são questões pessoais... espirituais por mim cridas, mas que também me vejo muito distante... apenas não quero desistir... e até mesmo isso, esse desejo, creio ser o Deus, manifesto em tudo e em todos, que causa...
Depender dEle, é apenas assumir minha insignificância... minha incapacidade de ser autônomo... Podem ver isso como uma fraqueza... Concordo! Sou fraco, mas muito fraco mesmo... Podem até mesmo me acusar de que não quero assumir a responsabilidade pelos meus atos... Discordo! Depender de Deus não implica não tomar decisões, mas aos poucos ter clareza sobre o que é melhor para a minha vida, baseado em seus conselhos... seja na Bíblia, no Corão, nas imagens da igreja católica... seja olhando a humanidade se comportando...... ou
olhando a natureza como um todo... Fazer o que ouço nesses conselhos é decisão minha... As vezes vou dar o passo certo, praticando o que escutei... em outras não... mas de uma coisa sei... quando agir assim, terei certeza, por mais que queira mentir para mim... que estarei escolhendo a minha vontade... Mas quando isso fizer... sei que Ele estará lá... não para me punir, mas para me ensinar quantas vezes forem necessárias... E isso fará com seu constrangedor amor, cheio de Graça e de Verdade... cuidando de nossas feridas...

Alimentar o egoísmo, exercer certa crueldade sobre as pessoas com as quais não gosto de estar... querer que a vida gire ao meu redor... Em tudo isso me vejo por vezes sendo cúmplice... A diferença é que esse amor divino... esse amor desprendido... o qual transformou a cruz, antes um sinal de vergonha, em símbolo de esperança... Que possamos viver a cruz (aqueles que assim desejarem), nos despindo dessa autonomia dia-a-dia... sendo sinceros com um Deus não carrasco... mesmo sobre nossas faltas de vontade... Ele não quer de nós mais do que isso... apenas nossa disposição dependermos... para que Ele aja em nós...

Que isso reflita-se em nosso andar, pensar... Que desde o cavar um buraco (como conta Ariovaldo Ramos em uma história) a escrever um livro, seja feito nEle e para Ele. Mesmo quando isso não for verbalizado (Ele conhece nossos corações)...mas que seja vivido...

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GILSON RODRIGUES gilson.rodrigues.jr@hotmail.com Facebook 

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