quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Templo: agente improdutivo de vida


Por Franklin Rosa

“E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios! E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” Marcos cap. 13 vs. 1 e 2

A discussão, super-valorização e envaidecimento do que virou objeto de relativização por parte de Jesus parece interminável.

Os reflexos da destruição do templo repercutem até hoje em grande parte da comunidade cristã que ainda não sabe equacionar sua fé se não tiver o referencial de um endereço físico com suas regras e técnicas de acesso ao sagrado. É a síndrome de edifício.

Não sou contra mas, totalmente a favor de que as pessoas reúnam-se em nome de sua fé, mas isso não significa necessariamente que deva ser em um templo como a grande maioria da cristandade propõe.

As congregações de fé de uma comunidade podem se realizar em locais e situações alternativas ou até mesmo no templo, desde que no espírito do evangelho.

Não defendo uma vida monástica isolada na fé, seria contraditório dizer isso. Entendo que as pessoas necessitam estar juntas interagindo no que crêem para crescerem no relacionamento entre si e como seres humanos.

Isso é o que realmente traz fortalecimento, amparo e aquecimento, não meramente uma reunião só porque ela se dá nos recônditos do templo.

Isso é balela pois, existem inúmeras comunidades que se reúnem em um templo oficializado como lugar de adoração a Deus e são totalmente frias na proposta de acolher e amparar vidas.

O templo não quer dizer absolutamente nada, a não ser que o que se faz dentro dele seja realmente viver o espírito de comunidade como evidencia o evangelho.

Seres humanos necessitam de acolhimento, amparo, fortalecimento, interação, crescimento saudável, mas isso O TEMPLO É INEFICIENTE, IMPOTENTE e INOPERANTE para realizar pois, se resume a paredes e estruturas frias sem vida e sem capacidade de amar.



Quando as pessoas se reúnem realmente no espírito do evangelho elas crescem de forma saudável e, isso pode acontecer de formas inusitadas tais como na praia, no bar da esquina, no clube de campo, nas casas e até mesmo no templo. Não há regras muito menos protocolos, a não ser o desejo de se relacionar-se e repartir-se.

Novamente afirmo, O TEMPLO NÃO ACOLHE, NÃO FORTALECE E NÃO AQUECE NINGUÉM, isso é tarefa para gente que se identifica com as necessidades dos outros.

Deus estará sempre presente em uma reunião seja ela onde for, quando as pessoas de fé valorizarem e priorizarem o que realmente importa: A VIDA!

Comunhão não é agendamento e sim, movimento. Não deve ser programação mas sim, interação.

O templo é uma mera e obsoleta simbologia de uma realidade espiritual mais profunda.

Ele é a LETRA do ESPÍRITO do que realmente deve ser. Letra é letra! Espírito é espírito, a essência da verdade!

Portanto, reúnam-se onde queiram, desde que no espírito do evangelho!

O resto é conversa pra crente dormir...


P.S. – O texto é uma resposta a inúmeros questionamentos pessoais bem como virtuais dirigidos a mim, na intenção de decifrar que "nova onda" é essa que venho disseminando...

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